Então passo a esclarecer...

Quando lanças um projéctil na horizontal, próximo da superfície da terra a sua trajectória é aproximadamente uma parábola. Mas, na realidade, trata-se de um "pedaço de uma elipse", porque durante o movimento do projéctil a força da gravidade não é constante; varia um pouco (imperceptivelmente) com o quadrado da distância ao centro da terra. Contudo, como a variação da atura do projéctil é muito pequena comparada com o raio da Terra, a força gravitacional é aproximadamente constante e a trajectória é
aproximadamente uma parábola.
Mas isto é um detalhe, vamos ao que interessa.

Se lançares um projéctil (digamos uma bola) na horizontal, com pequena velocidade, ele volta a cair na terra e a sua trajectória é uma "parábola". OK, vai cair digamos a 3 m de distância do ponto de lançamento. Repete o lançamento, aumentando a velocidade horizontal com que lanças o projéctil. Ele vai cair mais longe, digamos a 30 m, e a trajectória é uma "parábola" mais aberta. Continua a aumentar a velocidade e o projéctil continua a cair cada vez mais longe. A páginas tantas, começa a notar-se que a trajectória que parecia ser uma parábola é, de facto, um "pedaço de uma elipse que intercepta a terra (no ponto de embate). Aumentando ainda mais a velocidade a elipse começa a ter excentricidade cada vez menor ( e começas a reparar que a trajectória elíptica está a "querer" dar a volta à Terra...Aumentas ainda um pouco mais e BINGO - atingiste uma velocidade em que a bola dá a volta à terra, numa trajectória perfeitamente circular (elipse de excentricidade nula). Isto é perigoso, porque se lançares a bola com esta velocidade ela volta ao ponto de partida exactamente com a mesma velocidade e vai atacar-te "por trás".

Mas se te baixares, para impedires o impacto da bola com a tua cabeça, a bola continuará a sua trajectória circular, a baixa altitude, em torno da terra - acabaste de lançar um satélite, o chamado satélite rasteirinho!

Qual é a velocidade para conseguir isto? Exactamente aquela que satisfaz a equação

Ou seja, como disse o Henrique, para esta velocidade, e só para esta, em cada ponto da trajectória o vector velocidade é sempre perpendicular à força - logo a velocidade só varia em direcção e não em módulo.
É como se a bola estive sempre continuamente a"cair", de certa forma..mas sem nunca bater na Terra!

Como podes verificar, é tudo consistente - o movimento parabólico dos projécteis é apenas uma aproximação...mas que não é contraditória com o facto de a Lua não cair para a Terra, porque tem a velocidade certa para não cair, lá à distância da Terra onde ela se encontra!

Deu para perceber?
