Ainda antes de passarmos ao 2º episódio, gostava que reparassem no seguinte teorema, que é uma generalização dos vossos resultados:
O campo no interior de um buraco esférico cavado no interior de um planeta homogéneo é constante e igual ao campo que existia no centro do buraco, antes de ele ser escavado.O buraco não precisa sequer de ter raio = R/2 como no enunciado!

Devido à sua generalidade, e a ser tão contraintuitivo, acho este teorema muito bonito...
A demonstração do teorema acima é muito simples. Reparem na figura (manhosa,
sorry!):

Seja

o vector que aponta do centro do buraco para o centro do planeta;

o vector que aponta do centro do buraco para um ponto genérico P no interior do buraco; então

é, por construção, o vector que aponta do centro do planeta para o ponto P.
Seja

o campo gravitacional no ponto P do planeta sem buraco;

o campo nesse ponto, depois de escavado o buraco e

o campo causado pela massa (positiva

) que preenchia o buraco, no ponto P.
Então, como o campo gravítico de um conjunto de massas é a soma vectorial dos campos de cada uma das massas, temos que:

Ora

, onde

e

pelo que

ou seja,

,
como queríamos demonstrar (QED).
